sábado, 12 de maio de 2012

Mãe não tem fim - por Fabrício Carpinejar

Hoje é o dia das mães, e para comemorar um super texto de Fabrício Carpinejar. :D

Minha mãe não tem igual. Eu não dormia fácil de pequeno, com aquele resmungo de cólica. Minha mãe me carregava no colo, me segurava pela barriga, e não me aquietava. Recusava bico, leite, conforto espiritual. Desdenhava da cama, do móbile, do carrinho, do andador. Aflita, ela pegava o carro e me levava para passear de madrugada. Na terceira quadra, me entregava ao sono. O carro foi meu segundo ventre. Até hoje quando sento no banco de trás, eu fecho docemente as pálpebras. É o único lugar em que fico em silêncio. Não me apresentei: sou o filho preferido de minha mãe. Meus irmãos também acham que são os filhos preferidos. Ela criou todo filho como se fosse único. Para cada um separava uma cantiga de ninar e um segredo. "Não conta para ninguém, tá?", ela me alertou.

Como eu não falei para meus irmãos, nem meus irmãos falaram para mim, ninguém sabe qual o segredo que é meu, qual o segredo que é deles. Vários segredos juntos formam um mistério. É um problema quando estamos reunidos. Eu acho que ela cozinhou para mim, os outros também acham. É um problema quando estamos longe. Eu acho que ela só ligou para mim, os outros também acham. Ela reclama imensamente de mim, nunca está satisfeita com o que eu faço. Penso que somente reclama de mim, reclama da família inteira na mesma proporção. Assim como divide um doce de forma igual. Assim como divide o pão em fatias gêmeas. Mãe não tem dedos, tem régua. Reclamar é sua lista de chamada. Reclamar é um jeito disfarçado de sentir saudade. No fundo, torce para que eu me distraia de uma de suas regras. Ela aponta a louça para lavar, e logo limpa a pia. Ela pede uma carona, vou me arrumar, já tomou um táxi. Nunca pede duas vezes. Ou ela é rápida demais ou eu demoro. Na verdade, ela é rápida demais e eu demoro. Mãe é gincana. É agora ou nunca. Nem invente de responder nunca para ela. Sua reclamação tem virtude, sua reclamação é um quarto privativo, reclama só para mim. Para os demais, me torna muito melhor do que sou. Não me elogia para mim porque não quer me estragar. Tem esperança de que não me estraguei. Ela vibra quando encontra algo que não fiz. Inventa necessidades para ser reconhecida. Atrás da mínima palavra, pergunta se eu a amo. Ela escreve isso com os olhos, eu leio isso em seus lábios.





O que a mãe mais teme é ser esquecida. Não tem como: mãe é a memória antes da memória. É a nossa primeira amizade com o mundo. O que parece chatice é cuidado. Cuidado excessivo. Cuidado a qualquer momento. Cuidado a qualquer hora, ao atravessar a rua, ao atravessar um namoro. Para o nosso bem, repete conselhos desde a infância. Para o nosso bem. Repetir o amor é aperfeiçoá-lo. Mãe não cansa de nos buscar na escola, mesmo quando não há mais escola. Mãe não cansa de controlar nossa febre, mesmo quando não há febre. Mãe não cansa de nos perdoar, mesmo quando não há pecado. Mãe não cansa de nos esperar da festa, mesmo quando já moramos longe. Mãe se assusta por nada e se encoraja do nada. Entende que o nosso não é um sim, que o nosso sim é talvez. Avisa para pegar o último bolinho, o último bife, em seguida arruma uma marmita para o lanche da tarde.

Mãe tem uma coleção de guarda-chuvas prevendo que perderemos o próximo. Está sempre com a linha encilhada na agulha e caixinha de botões a postos. Conserva nosso quarto arrumado como se houvesse uma segunda infância. Mãe passa fome no lugar do filho, passa sede no lugar do filho, passa a vida guardando lugar ao filho. Mãe é assim, um exagero incansável. Adora chorar de felicidade nos observando dormir. Minha mãe chorava quando finalmente descansava no carro. Ela sussurrou o segredo, disse que eu era seu filho favorito. Não fofoquei para meus irmãos, não pretendia machucá-los. Eles também não me contaram que eram os favoritos dela.

É O INÍCIO DE TUDO.
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sexta-feira, 11 de maio de 2012

QUEM LEMBRA ?

O reality show “Fama”, da Rede Globo, conseguiu lançar boas surpresas para o mercado musical. Ivo Pessoa, Vanessa Jackson, Hugo e Thiago são alguns exemplos que despertaram para o estrelato. Mas uma dupla pra lá de talentosa conquistou de vez o público e os quatro cantos do país com um entrosamento perfeito. Estamos falando de Cídia Luize e Dan Torres. Os dois se conheceram durante a terceira versão do programa e a afinidade entre o casal surgiu logo de cara. Tanto que Dan até compôs uma música para Cídia, intitulada “Esse Amor”, que hoje é sucesso nas principais rádios do país. A canção tem uma história especial. A música foi criada dentro da casa e a única pessoa que poderia interpretá-la junto a Dan é Cídia. A emoção dos dois na interpretação comoveu a todos.

A história dos dois é um pouco diferente, mas o gosto em aperfeiçoar cada vez mais o trabalho traduz toda uma sintonia. Cídia Luize nasceu na cidade de Vitória da Conquista (Bahia), onde viveu com os pais e irmãos durante 18 anos. Desde muito cedo demonstrava o interesse pela música e com o passar dos anos se apaixonava pela MPB. Aos 12 , incentivada pela família e amigos, começou a se dedicar a carreira. Dois anos mais tarde, participou de um programa de rádio e recebeu o maior número de votos, destacando-se em um concurso que envolvia todos os colégios de Ensino Médio da Cidade. Aos 16, se inscreveu em um concurso de Televisão local e venceu concorrendo com cantores de todo o estado. Em seguida fez participações em shows de amigos, incluindo os músicos: Xangai, Elomar e o Maestro João Omar.

Já Dan Torres nasceu em Londres (Inglaterra). Cantor e compositor, Dan é filho de pai brasileiro e mãe inglesa, e está no Brasil há um pouco mais de um ano. A carreira musical desse jovem começou em 1998. Depois de se formar, Dan pretendia cursar teatro musical na faculdade "Newcastle University of Performing Arts", onde tinha sido selecionado entre os 10 melhores candidatos para o curso, mas ao mesmo tempo viu um anúncio em um jornal de Londres que procurava um cantor para uma banda pop. Depois de uma seleção entre mais de 2000 candidatos, Dan foi o vencedor e se tornou o cantor da "2AD", uma “boy band”, com mais 3 integrantes. Dan Torres trabalhou com a banda por cerca de dois anos, fazendo shows por todo o país e aprendendo muito sobre a indústria musical. Apresentou-se em famosos teatros como o "The Lyceum Theatre" em Londres, além de gravar nos melhores estúdios do país.

O Fama veio unir os dois e contemplar o mercado musical. Em junho Cídia & Dan assumiram o namoro publicamente, traduzindo esse amor para o público em forma de música da melhor qualidade. Os dois são as apostas da gravadora Warner Music, que já desenvolveu um primeiro trabalho com eles e com bastante repercussão. O sucesso é tanto que já estão nas paradas musicais há algum tempo e conseguiram emplacar músicas na trilha sonora de duas novelas da Rede Globo: “Como Uma Onda” e “Alma Gêmea”.

- Com algumas alterações, já que esse texto foi publicado em 07/11/2005 aqui, mas a essência continua a mesma. -


Confira abaixo uma das minhas preferidas - 
- Close to You -


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